UM BREVE RELATO
TEORIAS DA APRENDIZAGEM
1. ASSOCIACIONISTA, COMPORTAMENTALISTA, DE CONDICIONAMENTO, DE ESTÍMULO – RESPOSTA:
Principais autores: Pavlov, Watson, Guthrie, Hull, Thorndike e Skinner.
Suas Principais Idéias:
· Os comportamentos do ser humano são aprendidos;
· A aprendizagem passa a ter grande importância;
· Atribuem imenso poder ao ambiente.
· O homem é produto do meio.
· Acreditam que manipulando os elementos do ambiente (estímulos) pode-se controlar o comportamento;
· A base de todo o conhecimento é a experiência planejada.
Comportamento: definido como um objeto observável, mensurável e que pode ser reproduzido em diferentes condições e em diferentes sujeitos;
Educação: visão pragmática objetiva a transmissão de conhecimentos e a capacitação técnica por meio de competências e habilidades.
Aprendizagem: processo cego e mecânico de associação de estímulos e respostas, provocado e determinado pelas condições externas, ignorando as internas.
Ensino: preparar e organizar as contingências de reforço que facilitam a aquisição dos esquemas e tipos de condutas desejadas.
Alunos: passivos, à mercê das contingências do ambiente e dos agentes controladores;
Conteúdos: visa objetivos e habilidades que levam à competência técnica;
Professor: planejador e analista de contingências. Sua função é arranjar contingências de reforço;
Metodologia: individualização do ensino (ensino dirigido, instrução programada, etc)
Avaliação: classificatória, valoriza aspectos mensuráveis e observáveis.
Objeções às teorias associacionistas (comportamentalistas, do condicionamento, estímulo resposta)
· Generalização de estudos com animais à conduta humana;
· Identificação entre aprendizagem e conduta manifesta, ignorando que a aprendizagem não é totalmente observável, uma vez que há o processo interno.
2. MEDIACIONAIS: GESTALT, GENÉTICO-COGNITIVA, GENÉTICO-DIALÉTICA, SIGNIFICATIVA.
Suas Principais Idéias:
· Destacam a importância da ação, do envolvimento e da interação do sujeito com o objeto a ser conhecido e a realidade;
· Dão importância às variáveis internas da aprendizagem;
· Considera a conduta humana como totalidade;
· Processo de conhecimento, de compreensão das relações em que as condições externas atuam mediadas pelas condições internas;
· Supremacia da aprendizagem significativa, que supõe reorganização cognitiva e atividade interna.
Principais autores: Kofka, Köhler, Whertheimer, Maslow, Rogers.
Analisam a conduta como totalidade organizada. A compreensão parcelada e fracionária da realidade deforma e distorce a significação do conjunto. Os todos os fenômenos de aprendizagem e conduta - é algo mais do que a soma e justaposição linear das partes.
Aprendizagem Genético-Cognitiva - Piaget (1896-1980)
· Estudou o desenvolvimento humano e relacionou-o à aprendizagem, utilizando-se das Estruturas Cognitivas (regulam a influência do meio, que são resultados de processos genéticos).
· A aprendizagem constrói-se em processos de troca, por isso sua teoria é chamada de construtivista.
· Comportamento humano: não é inato, nem resultado de condicionamento. Sujeito e objeto interagem em um processo que resulta na construção e reconstrução de estruturas cognitivas.
As contribuições de Piaget
• Epistemologia Genética: estudo dos mecanismos de formação do conhecimento lógico, tais como as noções de tempo, espaço, objeto, causalidade, etc; da gênese e evolução do conhecimento.
• Inteligência: adaptação a situações novas. Dá-se em etapas ou estágios sucessivos, com complexidades crescentes, encadeadas umas às outras.
Construtivismo sequencial – desenvolvimento da inteligência faz-se pela complexidade crescente, onde um estágio é resultante de outro anterior.
Estágios do Desenvolvimento Genético-Cognitivo: patamares de desenvolvimento que se dá pela sucessão (organização de ações e pensamentos, característico de cada fase do desenvolvimento do indivíduo).
1. Período Sensório Motor Estágios do Desenvolvimento Genético-
Cognitivo:
• Sensório Motor: do nascimento aos 2 anos, aproximadamente, etapa básica manipulativa. A ausência da função semiótica é a principal característica deste período. A inteligência trabalha através das percepções (simbólico) e das ações (motor) através dos deslocamentos do próprio corpo.
É uma inteligência eminentemente prática. Sua linguagem vai da ecolalia (repetição de sílabas) à palavra-frase (água para dizer q quer beber água).
2. Pré-operatório ou Simbólico ou Indutivo: 2 aos 7 anos, aproximadamente.
Etapa intuitiva e de aprendizagem instrumental básica. Neste período surge a função semiótica que permite o surgimento da linguagem, do desenho, da imitação, da dramatização, etc. Cria imagens mentais na ausência do objeto ou da ação, é o período da fantasia, do faz de conta, com a capacidade de formar imagens mentais na ausência do objeto ou da ação.
Indivíduo “dá a alma” (animismo) aos objetos.
A linguagem está em nível de monólogo coletivo, todos falam ao mesmo tempo.
3. Período Operatório Concreto: 7 aos 11 aos, aproximadamente.
Indivíduo consolida a construção das operações subjacentes às quais se encontram as possibilidades intelectuais do período. Tais operações são o resultado de ações mentais interiorizadas e reversíveis.
Reversibilidade: quando a operação deixa de ter um sentido unidirecional. Seria a capacidade de voltar, de retornar ao ponto de partida.
Conservação: uma invariante que permite a formação de novas estruturas.
4. Período Operatorio Lógico Formal ou Abstrato: dos 12 aos 16 anos em diante, em que acaba a construção de estruturas intelectuais própria do raciocínio hipotético-dedutivo, característico nos adultos. É o ápice do desenvolvimento da inteligência e corresponde ao nível de pensamento hipotético dedutivo ou lógico matemático.
Logicização: processo de transformar o pensamento simbólico e intuitivo em pensamento operatório.
Conceitos Básicos da Teoria Piagetiana
• Organização: não pode haver adaptação (assimilação e acomodação) proveniente de uma fonte desorganizada, pois a adaptação tem como base uma organização inicial expressa no esquema. O pensamento se organiza mediante a constituição de esquemas que formam através do processo de adaptação.
• Adaptação: é um processo dinâmico e contínuo no qual a estrutura hereditária do organismo interage com o meio externo de modo a reconstituir-se. É o movimento de equilíbrio contínuo entre a assimilação e a acomodação.
- processo que se refere ao reestabelecimento do equilíbrio.
- O indivíduo modifica o meio e é também modificado por ele.
• Assimilação: é o processo de integração de novos conhecimentos em estruturas já existentes.
• Acomodação: o mecanismo de reformulação das estruturas em relação aos novos conteúdos que se incorporam. É o processo de busca e ajustamento a novas condições e mutações no ambiente, de tal forma que os padrões comportamentais preexistentes são modificados para lidar com as novas informações ou com feedbach das situações externas.
Aprendizagem construtivista
Parte da natureza social e socializadora da educação, considera que a “estrutura cognoscitiva está configurada por uma rede de esquemas de conhecimentos, os quais se definem como as representações que uma pessoa possui em um dado momento sobre algum objeto de conhecimento. Ao longo da vida esses esquemas são revisados, modificados, tornados mais complexos e adaptados à realidade, mais ricos em relações”.
“(...) não basta que os alunos deparem-se com conteúdos para aprender, é necessário que diante dos conteúdos possam utilizar seus esquemas de conhecimentos, contrastá-los com o que é novo, identificar semelhanças e discrepâncias, integrá-los em seus esquemas, (...)” (Zabala, 2002, p.102)
3. APRENDIZAGEM GENÉTICO-DIALÉTICA:
• Principais autores: Vygotsky, Luria, Leontiev, Rubinstein
• Aprendizagem: está em função da comunicação e do desenvolvimento (resultado do intercâmbio entre a informação genética e o contato com o meio historicamente constituído).
• Zona de desenvolvimento potencial/proximal - A formação das estruturas formais da mente é realizada pela atividade e pela coordenação das ações que o indivíduo realiza e pela apropriação da bagagem cultural.
• Vygotsky: a formação de conceitos remete às relações entre pensamento e linguagem.
• Constitui sua teoria tendo por base o desenvolvimento do indivíduo como resultado de um processo sócio-histórico, enfatizando o papel da linguagem e da aprendizagem nesse desenvolvimento.
• Mediação: enquanto sujeito do conhecimento, o homem não tem acesso direto aos objetos, mas acesso mediado, através de recortes do real, operados por sistemas simbólicos de que dispõe. Enfatiza a construção do conhecimento como uma interação mediada por várias relações, ou seja, o conhecimento não está sendo visto como uma ação do sujeito sobre a realidade, assim como no construtivismo e sim pela mediação feita pelos outros sujeitos.
Linguagem: fornece os conceitos, as formas de organização do real, a mediação entre o sujeito e o objeto do conhecimento. É por meio dela que as funções mentais superiores são socialmente formados e culturalmente transmitidos, portanto, sociedades e culturas diferentes produzem estruturas diferenciadas.
Função mental: pensamento, memória, percepção e atenção. A interação social e o instrumento linguístico são decisivos para o desenvolvimento.
Dois níveis de Desenvolvimento
Um real: adquirido ou formado, que determina o que o aluno é capaz de fazer por si próprio.
Um potencial: capacidade de aprender com outra pessoa.
A aprendizagem interage com o desenvolvimento, produzindo uma abertura nas zonas de desenvolvimento proximal (distância entre aquilo que a criança é capaz de fazer por si própria e o que ela é capaz de faze com a intervenção de um adulto).
Potencialidade para aprender não é a mesma para todas as pessoas.
4. APRENDIZAGEM GENÉTICO-DIALÉTICA FRANCESA
• Principais Autores: Wallon, Zazzo e Merani.
Aprendizagem: Também está relacionada ao desenvolvimento e às experiências com o meio.
Emoções: assumem um papel importante na aprendizagem. Toda a atividade cognitiva implica em componentes afetivos que, por si mesmos, impulsionam a atividade.
“As estruturas psicológicas serão desde agora a variável mais importante da aprendizagem, tendo sempre presente que tais estruturas são redes complexas e interativas de pensamento, emoção e atividade”. (Goméz, 1998:43).
5. APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA
• Principais autores: Ausubel, Coll.
Aprendizagem compreende aspectos lógicos e psicológicos
Lógicos: - coerência na estrutura do conteúdo;
- seqüência lógica nos processos
- conseqüências nas relações entre seus componentes.
Psicológicos: conteúdos compreensíveis desde a estrutura cognitiva que o sujeito que aprende possui.
• Vinculação subtancial das novas idéias e conceitos com a bagagem cognitiva do indivíduo - subsunçores.
• Não é mecânica, repetitiva, memorialística.
Condições:
1ª Potencialidade significativa do material didático;
2ª Disposição positiva do indivíduo em relação à aprendizagem.
É uma aprendizagem compreensiva: conhecemos o porquê do que aprendemos e sabemos utilizar esse conhecimento. Atribuímos significado ao conteúdo aprendido, possibilitando estabelecer vínculos substanciais entre as novas aprendizagens e as que já possuímos.
Paralelo entre a aprendizagem significativa e mecânica ou repetitiva Mecânica/associacionista/ comportamentalista
· Acredita-se que o sujeito adquire cópia ou reprodução da realidade.
· Aprende-se por meio da reorganização dos conhecimentos, a partir da confrontação com a realidade.
Paralelo entre a aprendizagem significativa e mecânica ou repetitiva Mecânica
· Conhecimento que permite reproduzi-lo literalmente, limitando a capacidade de utilizá-lo fora do contexto em que foi aprendido. Importa a quantidade de conteúdos.
Exemplo: definição de uma fórmula física sem interpretá-la.
Significativa - Conhecimentos e habilidades que não só adquirimos, mas que também podemos utilizá-los em situações diversas. Importa a qualidade dos vínculos entre os conteúdos novos e os prévios.
Obs: os dois tipos de aprendizagem não existem em estado puro, mesmo nas aprendizagens mecânicas há, quase sempre, certo grau de compreensão sobre seu sentido e sua função.
MINHAS CONCLUSOES
Bem, percebemos que as Teorias de Aprendizagem vieram como meios de orientar, organizar e ou buscar melhores meios/ formas de desenvolver o processo ensino aprendizagem.
No entanto, percebo que as Teorias apreendidas nos bancos universitários no momento de serem usados nos ambientes escolares não foram usados de forma correta. Porque????, alguém deve está me questionando.
O que observo é que as teorias deveriam ser usadas de acordo com a real necessidade, campo de estudo e grupo de pessoas a serem ensinadas. Tenho esse pensamento quando observo, lembro o inicio do emprego do Construtivismo nas escolas públicas.
Lembro que a teoria foi imposta aos professores sem uma preparação técnica, conceitual e ou metodológica quanto ao uso do construtivismo no ambiente de aprendizagem. Muitos formaram os problemas que surgiram então, por exemplo: alunos que saíram do ensino fundamental com problema de leitura – devido o professor não saber trabalhar com as palavras geradoras.
E claro que tiveram pontos positivos, no entanto acreditamos que o maior desafio é o fato de os métodos (Teorias) são colocadas aos nossos professores sem uma previa atualização e ou capacitação.
Acarretando uma bandeira do contra, no qual nossos professores já olham com negatividade as nossas técnicas de ensino quem vem surgindo na atualidade.
Fonte de pesquisa:
____________________. w3.ufsm.br/ciclus/images/Teorias.pdf. acessado em 20 de agosto de 2011.